Condições de cartão de crédito muito particulares

Condições de cartão de crédito muito particulares

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19 de Agosto de 2013

Cartões de Crédito

Banco Lobo veste pele de cordeiroO leitor interessado que já leu algumas das nossas análises sobre cartões de crédito, sabe por certo do quanto consideramos válido tal instrumento.

É algo que a sociedade atual não pode negligenciar, até porque a concorrência entre as diversas financeiras acabou por colocar no mercado, cartões de crédito sem quaisquer anuidades que os tornam muitos atrativos aos consumidores.

Para complementar, existem ainda empresas e bancos que literalmente oferecem brindes na subscrição desses cartões de crédito.

Porque o farão? Por certo pensando que amortizam rapidamente o valor dos brindes e das anuidades que não cobram quando os subscritores acabam contratando empréstimos por intermédio do cartão de crédito.

É que na realidade as taxas de juro associadas aos cartões de crédito são bem altas e não constituem de todo uma boa opção.

Saberá então o leitor, que o cartão de crédito é útil e grande parte dessa utilidade reside no crédito sem juros que permite durante cerca de 50 dias. Ou seja, dá jeito comprar hoje com o cartão para ver o dinheiro sair da cota apenas no fim do próximo mês.

Da mesma forma, se já leu o suficiente, saberá então que é de fugir a não pagar a totalidade do montante a débito no cartão, passados esses dias de crédito sem juros, pois incorre nas tais taxas elevadas que nova legislação teve até necessidade de atenuar.

Será esse um dos riscos do cartão de crédito, mas hoje falamos-lhe de outro. Desta feita um risco … para o próprio banco!

Sendo um instrumento comum e já vulgarizado, o cartão de crédito ou até qualquer cartão de pagamento eletrónico é alvo de atenções desviantes ao uso para o qual foi pensado e criado.

Uma dessas histórias que tem os cartões como parte central da narrativa, aconteceu recentemente com um cidadão russo, Dmitry Agarkov, que alterou os termos e as condições do seu cartão de crédito, conseguindo que o banco as aceitasse sem sequer ler.

Agarkov recebeu uma carta do banco, como muitos de nós, a propor um cartão de crédito.

Cartão de crédito com taxa 0% e crédito ilimitado

Digitalizou o documento e tratou de lhe adicionar novas condições mais favoráveis para si e para qualquer cliente em geral.

Entre as alíneas do contrato alteradas por Agarkov, constavam algumas bastante apetecíveis, que qualquer leitor do blog não desenharia: Agarkov passou a ter uma taxa de juro de Zero por cento e crédito ilimitado.

Caso o banco não cumprisse uma alínea do acordo que acabou por assinar sem ler, Dmitry Agarkov teria de ser indemnizado no valor de três milhões de rublos, o que perfaz cerca de 68 mil euros.

Caso a instituição financeira cancelasse o contrato, este montante subiria para os 6 milhões de rublos – 137 mil euros.

O contrato foi considerado legalmente válido por um juiz.

O tribunal afirmou que o banco aceitou o novo acordo proposto por Agarkov e que o cliente apenas teria de pagar o saldo negativo do cartão.

No entanto, este caso volta aos tribunais em Setembro, uma vez que tanto o banco como Agarkov apresentaram novas queixas-crime.

Agarkov sustenta que o banco desrespeitou o contrato, e a instituição financeira acusa Agarkov de cometer fraude.

É caso para dizer que o feitiço se voltou contra o feiticeiro e que o lobo quer agora vestir a pele de cordeiro.

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