Estudo Cetelem conclui por orçamentos sem folga entre os portugueses

Estudo Cetelem conclui por orçamentos sem folga entre os portugueses

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16 de Março de 2014

Crédito Pessoal

Estudo Cetelem conclui por orçamentos sem folga entre os portuguesesCom a crise económica, a maioria das famílias portuguesas vive com a necessidade de adaptar os seus hábitos de consumo, de forma a conseguirem cumprir com as suas responsabilidades financeiras. Reajustamentos ditados pela perda de rendimentos decorrente dos cortes nos vencimentos, subida dos impostos, e até, nalguns casos, situações de desemprego.

Um novo estudo do Cetelem sobre literacia financeira, veio mais uma vez revela esta realidade, feita de dificuldades em esticar os orçamentos até aos fins de mês, e causadora de alterações nos próprios hábitos de consumo.

O impacto na vida financeira é de tal ordem que quando confrontadas com uma despesa extraordinária, muitas famílias não têm como a enfrentar. E essa realidade parece estar a agravar-se.

O estudo da Cetelem, realizado no âmbito do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, revela que entre 2013 e 2014, o número de portugueses sem qualquer margem orçamental para fazer face a imprevistos aumentou significativamente.

De acordo com a análise, 24 por cento dos inquiridos respondeu não ter nenhuma folga no seu orçamento mensal para suportar despesas inesperadas. Ou seja, mais do dobro face à percentagem de respostas nesse sentido – de 10 por cento – verificada no inquérito realizado no ano passado.

Neste estudo levado a cabo entre 17 e 25 de Fevereiro, através de entrevistas telefónicas, o Cetelem procurou aferir alguns comportamentos dos portugueses em várias vertentes da vida financeira.

Os 500 inquiridos foram confrontados com questões relacionadas com a gestão de orçamentos, hábitos de poupança, conhecimentos sobre produtos financeiros bem como a importância que atribuem à formação financeira.

Um dos dados que salta à vista nesse estudo e que ajuda a justificar a reduzida margem para fazer face a imprevistos relaciona-se com o peso crescente que as despesas fixas assumem nos orçamentos familiares. Nesta análise, constata-se que perto de 15% dos agregados disponham mais de 75% do seu orçamento alocado a despesas fixas com a casa, carro, água, luz, gás, créditos e cartões de crédito, acima dos 12% que se verificava no inquérito realizado em 2013. Aliás, existe um número significativo de portugueses que admite ter cortado despesas relacionadas com a saúde, educação e alimentação devido à crise económica que o país atravessa. Do total de inquiridos, 78.8% afirmaram ter reduzido gastos com lazer, 76.2% cortaram despesas com vestuário e 66.2% com combustível. Os domínios da saúde e da educação foram aqueles em que houve menos restrições, com 30% e 25.4% dos inquiridos a reconhecer este tipo de cortes.

Apesar de ainda existir uma proporção relativamente elevada de portugueses que consegue ter hábitos programados de poupança, esta margem é agora bem menor face ao que se verificava no ano passado. Do total de inquiridos, 30.4% revelou conseguir poupar com uma regularidade mensal. No ano passado, a proporção era de 42.6%. Do lado oposto, é notório também um grande aumento do número de pessoas que deixou de ter qualquer capacidade de poupança. Em 2013, 8.6% dos inquiridos estavam nessa situação, enquanto agora já são mais de 22%.

O recurso ao crédito também diminui significativamente do ano passado para este ano, sobretudo no que respeita ao crédito automóvel.

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