Crédito ao consumo cai no primeiro mês do ano

Crédito ao consumo cai no primeiro mês do ano

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16 de Março de 2020

Crédito Pessoal

Os portugueses recorrerem menos ao crédito ao consumo no primeiro mês deste ano. As empresas de crédito disponibilizaram 638 milhões de euros com esse fim em Janeiro, mês que por tradição, após o Natal regista uma travagem no recurso ao crédito. Entre todo o crédito ao consumo foram os empréstimos para compra de carro que registaram a maior quebra.

Crédito ao consumo cai no primeiro mês do ano

Os 638 milhões de euros em crédito ao consumo concedidos conjuntamente, em Janeiro, pelos bancos e pelas instituições de crédito especializado representam um corte de 4.47%, face aos 668 milhões registados em Dezembro. Trata-se ainda do valor mensal concedido mais baixo desde Setembro do ano passado, mostram dados do Banco de Portugal divulgados nesta segunda-feira.

Comparação homóloga continua a registar subida do crédito

Numa comparação homóloga, mantém-se contudo, a tendência de crescimento, com o montante de crédito concedido a subir 12.85% face a Janeiro de 2019.

Em termos mensais, a quebra da concessão verificada em Janeiro foi transversal em praticamente todos os destinos, mas deveu-se sobretudo ao recuo do crédito automóvel. No primeiro mês do ano, os portugueses foram buscar 245,7 milhões de euros em empréstimos para comprar carro, uma redução de 8,9% face ao último mês do ano, fixando-se num mínimo de Novembro.

Queda de vendas de carros arrasta crédito automóvel

De salientar que as vendas de carros voltaram a cair no arranque do ano. No mês de Janeiro de 2020 foram matriculados em Portugal 17.504 automóveis, ou seja, menos 8,5% que no mês homólogo do ano anterior, revelam os dados da Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP).

A venda de carros novos foi onde se assistiu à maior redução das quantias concedidas. Na locação financeira e ALD de carros novos a quebra mensal foi de 27.5%, para 21.4 milhões de euros, enquanto com reserva de propriedade a diminuição foi de 27.1%, para 43.4 milhões de euros. Já nos usados, o valor concedido baixou 36.4%, para 8.3 milhões de euros, no caso da locação financeira e ALD. Já com reserva de propriedade, no caso dos carros usados observou-se um aumento de 3% na concessão, para 172.6 milhões de euros.

Em termos homólogos, observou-se contudo um novo aumento dos valores concedidos para a compra de carro, em Janeiro: 11.3%

Já a categoria de outros créditos pessoais, que inclui financiamentos sem fim específico ou para a aquisição de artigos para o lar, apresentou uma quebra de 1,66%, para 282.8 milhões de euros. Face a Janeiro do ano passado, há contudo um aumento de 17.35%.

Montantes dos cartões de crédito decresce

Nos cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto, em termos mensais, observou-se uma redução de 1.7% no montante concedido em Janeiro, para os 99.6 milhões de euros. Em termos homólogos, houve pelo contrário um aumento de 3.4%.

Créditos à educação, saúde e energias sobem

Já os créditos pessoais com finalidade educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos, foram os únicos a registar um aumento dos valores concedidos tanto em termos mensais como homólogos. Em Janeiro foram disponibilizados 9,9 milhões de euros com esse fim, 5.87% e 35.52% acima do verificado, respectivamente, em Dezembro e Janeiro do ano passado.