Crédito ao consumo de taxa zero não é de custo zero

Crédito ao consumo de taxa zero não é de custo zero

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24 de Novembro de 2011

Crédito Pessoal

crédito de taxa zeroCrédito de Taxa Zero ou crédito sem juros nem sempre quer dizer crédito de custo zero. Algumas lojas com representação nível nacional andam a publicitar estas taxas fantásticas, mas na realidade estão a ocultar a existência de taxas de comissões e prémios de seguros, que exigem para conceder o crédito ao consumo. Como tal, o crédito ao consumo já não é de taxa de juro efetiva nula.

Contratar um crédito pessoal está cada vez mais difícil e devemos interrogar-nos cada vez mais se temos possibilidades para o pagar. As medidas de austeridade já iniciadas e as que ainda vão ser introduzidas exigem cautela, daí que as instituições bancárias estejam a impor mais requisitos mais apertados a quem prestam financiamento.

Para este quarto trimestre de 2011, a taxa máxima do crédito pessoal fixada pelo Banco de Portugal dá o toque: 20.2 por cento (mais de um ponto percentual acima do valor de igual período do ano passado).

Perante este cenário, os créditos que atualmente se apregoam como de taxa zero por cento ou sem juros assumem-se para muitos como a forma exclusiva de mobilar a casa, pagar o curso, ou trocar um eletrodoméstico velho.

No entanto, o zero não é redondo. A revista Dinheiro & Direitos da DECO levou a cabo uma investigação em lojas com implantação em todo o território e desmascara o erro.

As lojas alvo da investigação da D&D, têm realmente opções de pagamento sem juros no cálculo das prestações, mas o custo adicional não é o esperado zero pois cobram-se de comissões de entrada e de processamento e da subscrição de um seguro de vida.

Os únicos produtos em que estas comissões e obrigação de contratar o seguro não existem, são para prazos muito curtos, na ordem dos três quando muito seis meses e nalguns casos estão mesmo circunscritos a campanhas de ocasião.

Apesar desta situação, não se pode desdenhar por completo de um crédito ao consumo nestas circunstâncias.

Encontrando o que nos interessa, poderá ser uma boa ideia adquiri-lo nestas pseudo-campanhas sem juros.

Se pedir uma simulação de crédito pessoal poderá logo aferir se terá ou não que pagar comissões, seguros e impostos. Deve procurar ser informado estritamente sobre a TAEG (taxa de encargos efetiva global), que é a única que indica com rigor o custo efetivo do empréstimo.

Um crédito ao consumo de verdadeira taxa zero será o ideal, mas mesmo pagando comissões e seguros poderá ter o que deseja a bons preços. A questão é mesmo o rigor com que nos são apresentadas as situações.

Cobrando comissões e obrigando a celebrar um seguro de vida, não temos créditos de taxa zero.

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