Crise apura improviso para transformar velho em novo
Não raras vezes lhe temos falado nestas páginas do Crédito Cetelem. O Cetelem pertence ao Grupo BNP Paribas, um especialista no financiamento a particulares com cerca de 27 mil colaboradores espalhados por todo o mundo.
Mas não é das qualidades do Cetelem, nem do BNP Paribas que lhes falamos hoje, mas sim de um estudo, mais um, divulgado pelo Observatório Cetelem.
O Observador Cetelem é o organismo que procede aos estudos do Cetelem, às análises e às pesquisas em matéria de comportamento do consumidor e das opções de compra dos portugueses e dos europeus em geral.
O último deste estudos dá conta que os portugueses estão entre os consumidores da Europa que apresentam maiores intenções de reciclar muito daquilo que compram.
Na realidade somos uns “engenhocas” e é-nos reconhecida a arte de saber improvisar.
Atualmente, este já é um comportamento comum a 88% dos consumidores e, no futuro, prevê-se que chegue aos 97%. Valores muito superiores à média europeia de 63% e 73%, respetivamente. Estes dados fazem parte de uma análise desenvolvida pelo Observador Cetelem sobre o “consumidor europeu em modo alternativo”.
Segundo a mesma análise, a reciclagem enquanto transformação do velho em novo só conquista um tal número de adeptos graças à conjunção de três fenómenos impor¬tantes e prolongados. O primeiro é a crise económica que incita as famílias a aproveitarem as oportuni¬dades económicas para continuar a consumir melhor, mas com menos. O segundo é o advento da Internet social, que oferece aos consumido¬res os meios para recriar um laço entre eles. O terceiro e, não menos importante, é a tomada de consciência ambiental que encoraja os con¬sumidores à reciclagem, em vez da acumulação de produ¬tos em prejuízo do planeta.
Como se pode verificar no estudo, é certo que a reciclagem parece ainda incompatível com o consumo de ostentação sentido, por vezes, na Europa de Leste – interessa a pouco menos de metade na República Checa e na Eslováquia. No entanto, este modo de consumo colaborativo junta os consumido¬res ibéricos e germânicos, apesar de não partilharem a priori nem as mesmas emergências económicas, nem os mesmos valores culturais.
«Os móveis recuperados para decorar o apartamento ao estilo vintage sem desembolsar um cêntimo, ou o vestuá¬rio para bebés deixado pelas famílias nos pon¬tos de recolha, são exemplos práticos que levaram a reciclagem a seduzir perto de dois terços dos Europeus. A era do consumismo individual terminou e deixou lugar a um consumo mais comunitário e altruísta.» afirma Diogo Lopes Pereira, diretor de marketing do Cetelem em Portugal.
Ficha técnica do estudo
Para as análises e previsões deste estudo foram inquiridas mais de 6.500 pessoas (pelo menos 500 indivíduos por país, com idade superior a 18 anos) através da Internet, em 12 países Europeus: Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Hungria, Itália, Polónia, Portugal, República Checa, Roménia, Reino Unido e Eslováquia. Os inquéritos foram realizados entre novembro/dezembro de 2012 pelo Observador Cetelem, em parceria com o gabinete de estudos e de aconselhamento BIPE, com base num inquérito conduzido por TNS Sofres.