Mais Crédito e Endividamento acelera

Mais Crédito e Endividamento acelera

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3 de Dezembro de 2021

Crédito Pessoal

De acordo com os dados do Banco de Portugal, os bancos concederam 586 milhões de euros durante o mês de setembro, entre crédito pessoal, cartões de crédito e empréstimos para a aquisição de automóveis. Valor que representa um aumento de 2.8% face ao mês anterior. Foram no total 122 mil contratos de crédito, a maioria dizendo respeito a cartões de crédito, linhas de crédito e contas bancárias.

Mais Crédito e Endividamento acelera

Os portugueses pediram cerca de 270 milhões de euros em crédito pessoal (+9.1%), 222 milhões em crédito automóvel (-2.8%) e 94 milhões em cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto (+0.2%).

Também o número de contratos assinados representa um aumento de 1.3% face a agosto e de 13.2% face a setembro do ano passado.

Do número total de contratos, a maioria (67.206, -2%) diz respeito a cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto. Seguem-se os contratos de crédito pessoal (39403, +9.9%) e os contratos de crédito automóvel (15531, -3.5%).

Endividamento ao ritmo mais rápido em 12 anos

Os números conhecidos também mostram que o ritmo a que os portugueses têm contraído mais dívida acelerou desde que acabou o confinamento do início deste ano. O endividamento dos particulares cresceu 3.1% em setembro, em termos homólogos, o ritmo mais elevado desde março de 2009 (3.38%).

Apesar desta aceleração, a taxa de crescimento do endividamento ainda não atingiu os níveis registados durante a crise financeira de 2008/9. O primeiro valor do Banco de Portugal registado nesta série é o de dezembro de 2008 (não há valores anteriores conhecidos) e nessa altura a taxa era de 5.1%.

Desde essa altura, o indicador registou uma forte desaceleração até junho de 2011, momento em que Portugal pediu ajuda financeira internacional. Nesse mês a taxa de crescimento foi negativa, ou seja, o volume de empréstimos dos portugueses começou a cair — houve mais reembolsos do que nova dívida a ser contraída — e assim se manteve durante seis anos, até 2017, ano em que inverteu.

Até à pandemia o ritmo do indicador foi crescendo, mas nunca chegou a valores expressivos. No final de 2019, mesmo antes do impacto da crise pandémica, os empréstimos dos particulares estavam a crescer um por cento em termos homólogos. Foi já com a crise da Covid-19 em terreno nacional que o ritmo acelerou para 2% e agora para 3%.

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