A praga dos recuperadores de crédito que ninguém conhece

A praga dos recuperadores de crédito que ninguém conhece

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1 de Agosto de 2018

Endividamento

A praga dos recuperadores de crédito que ninguém conhece

Neste período de férias que se aproxima, assiste-se a um frenesim de telefonemas das empresas de recuperação de créditos que pretendem aproveitar o momento do recebimento do subsídio de férias antes que o consumidor em falta possa gastá-lo indo de férias ou dando-lhe outro destino. É que a crise ainda se faz sentir no bolso dos Portugueses com muitos ainda a pagarem dívidas a instituições de crédito.

Empresas desconhecidas sem qualquer notoriedade e de quem praticamente ninguém conhece o nome, compraram algum do crédito mal parado às instituições de crédito ao preço da chuva (pelo menos a de Verão) tornando em lucro praticamente tudo o que consigam cobrar ao devedor.

Obviamente que os credores merecem ser pagos e a obrigação de todo aquele que deve é fazê-lo acima de tudo, mas os métodos com que este processo vem sendo realizado por alguns destes recuperadores de crédito que já nem têm sobre si a legitimidade absoluta de estarem a tentar reaver um crédito que é seu, mas sim alguma repudia pelos seus expedientes de usura, não são aceitáveis.

Não cumprem requisitos mínimos de transparência. Não comunicam aos devedores o que devem de juros e o que devem de capital e é sabido que os juros prescrevem no prazo de cinco anos. Não comprovam nada com documentação. Telefonam milhentas vezes. A ideia não é negociar o pagamento mas antes apoquentar e massacrar. Em suma, tentam coagir ao pagamento sem qualquer defesa ou transparência.

Felizmente a nova lei da protecção de dados tem tido um papel eficaz neste particular. Quando o recuperador de crédito interpela o devedor por telefone e pergunta pelo NIF, este apenas tem de dizer que não faculta e nesse caso a chamada terá que se fica por aí.

O melhor mesmo para se livrar de tal praga e conseguir pagar o que deve é negociar directamente com a instituição financeira um plano de pagamento a prestações, acordado por escrito. Pode esperar pela execução para o fazer, mas aí os custos já são acrescidos.